Empresa com sede em Florianópolis fornece produtos e serviços a estes provedores, os ISPs, que dobraram o número de usuários no Brasil nos últimos dois anos
Nem Claro, nem Telefonica ou Oi. Uma em cada seis conexões de internet no Brasil vem de provedores regionais, os ISPs, que dobraram o número de usuários nos últimos dois anos e já são o quarto maior player do mercado de banda larga fixa, atrás das três multinacionais citadas no início do texto. Segundo dados da Anatel, os ISPs têm uma base ativa de 5,29 milhões de um total de 30,7 milhões de conexões no Brasil.
Quem vem aproveitando esta onda de expansão dos provedores de menor porte é a catarinense Cianet, que desenvolve produtos e serviços para o mercado de ISPs no Brasil e que registrou um crescimento de 44% no primeiro semestre de 2018 frente ao mesmo período do ano passado – a empresa, porém, não divulga o faturamento. O resultado supera, de longe, a expectativa da CEO Silvia Folster, que esperava uma expansão de 25% neste período.
A expectativa da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) é que os ISPs ultrapassem a Oi e ocupem a terceira posição no mercado de telecom brasileiro ainda neste ano.
Fundada em 1994, a Cianet foi uma das primeiras empresas investidas pelo fundo Criatec em Santa Catarina. Nesta década, figurou várias vezes no ranking da consultoria Deloitte das 250 MPEs que mais cresceram – hoje conta com 61 colaboradores. Em 2017, assumiu um novo posicionamento focado na inovação e na melhoria da experiência dos usuários, ao criar o ISP Next Lab, um laboratório de inovação que funciona como uma startup em parceria com provedores regionais e especialistas na área.
“É um espaço para experimentação com aplicação de inteligência artificial, internet das coisas e dados. O objetivo é desenvolver soluções com foco na melhoria de experiência do usuário”, explica Sílvia. Recentemente, a Cianet fez parceria com a IBM para uso do Watson, plataforma de inteligência artificial.
O acesso à Internet ainda deve crescer muito no país, especialmente no interior – locais em que os provedores regionais levam uma grande vantagem competitiva em relação às gigantes de telecom. Enquanto 61% das residências brasileiras contam com internet na área urbana, apenas 34% das casas nas áreas rurais contam com o serviço, aponta pesquisa do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic). Para a população de baixa renda, o acesso à web ainda é um luxo: menos de 30% dos usuários das classes D e E estão conectadas no Brasil.
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