RH pós-pandemia: na Softplan, 85% dos colaboradores seguem no modelo híbrido de trabalho

Enquanto empresas se dividem entre exigências presenciais ou totalmente digitais, na companhia com sede em Florianópolis e mais de 2 mil funcionários, o “anywhere office” tornou-se a regra. / Foto: Divulgação

[FLORIANÓPOLIS, 04.05.2023]
Redação SC Inova, com informações da Assessoria de Imprensa

Assim que mudou de emprego em 2019, a analista de marketing Fernanda Cominski, 36 anos, precisou adequar sua rotina de mãe solo às exigências do trabalho presencial full time – o escritório da nova empresa, a Softplan, ficava a 35km de sua casa, o que custava a ela três horas diárias no trânsito de ida e volta. Depois do home-office forçado pela pandemia – e o alívio de não precisar encarar as filas quilométricas que fazem parte do dia a dia de muitos moradores da Grande Florianópolis – ela passou a fazer parte do grande contingente de colaboradores da empresa que não quer mais o presencial obrigatório e hoje trabalha no modelo híbrido.

“A logística de uma mãe solo é mais difícil, então essa flexibilidade me traz uma certa tranquilidade para organizar minha rotina das coisas da casa, me arrumar e trabalhar. Fora o benefício, de valor inestimável, que é poder estar próxima da minha filha, vê-la crescer e participar da criação”, resume Fernanda.

Assim como ela, 85% dos 2.125 funcionários da Softplan seguem – mesmo após o fim das restrições pandêmicas – no modelo híbrido, de acordo com pesquisa interna feita pela empresa. “Falar desse modelo, que chamamos de ‘trabalho distribuído’, é falar de diversidade e falar de diversidade nos negócios também é falar de performance e de produtividade”, explica Alejandra Nadruz, Diretora de Gente & Cultura do grupo.

Esta ideia de que o híbrido viria mesmo pra ficar já tinha sido identificada pela empresa durante o isolamento da Covid-19 (como mostramos nessa matéria aqui), e desde então o anywhere office tornou-se definitivamente o “novo normal”. Entre 2022 e o início deste ano, a Softplan contratou 650 novos colaboradores, de 23 estados diferentes, no mesmo modelo de trabalho. A empresa segue nesse caminho: atualmente possui 80 vagas abertas para esse formato.

Morador da cidade de São José, vizinha à Florianópolis, Gustavo Copetti, 29 anos, trabalha de maneira totalmente remota. Portador de atrofia muscular e cadeirante, ele não conseguia emprego no modelo presencial obrigatório. “Ter flexibilidade na rotina, nos horários, no local de trabalho me traz mais autonomia, dentro da minha condição de saúde, e isso me dá uma tranquilidade absurda que reflete, com certeza, na minha produtividade”, afirma.

MODELO NÃO AFETOU FATURAMENTO, QUE CRESCEU 80% EM MENOS DE TRÊS ANOS

A implantação do trabalho remoto, em 2020, não prejudicou o crescimento da empresa. Neste período, o faturamento do Grupo Softplan (que agrega unidades de Justiça, Construção Civil e Setor Público), cresceu 80%, chegando a R$ 586 milhões no ano passado. O resultado foi amplificado pela estratégia de aquisições de empresas – e o fortalecimento do caixa para novas operações de M&A (com emissão de debêntures no total de R$ 130 milhões). 

“O presencial gera símbolos de poder e nos traz um senso de hierarquia muito forte, o que, em alguns momentos, pode deixar o trabalho menos ágil. E esse modelo de organização horizontal tem funcionado muito bem”, explica Alejandra. Na política de anywhere office, a empresa oferece um valor mensal para auxiliar nas contas de luz e internet, além de benefício para aquisição de equipamentos e periféricos. 

Para não perder a conexão entre o corpo diretivo e os funcionários, a Softplan criou o Conexão CEO, encontros quinzenais da equipe com o CEO Eduardo Smith, além de uma reunião geral de resultados e estratégias que acontece a cada trimestre. 

Para a business partner Petrine Mirela Moretti, 26 anos, o modelo permite a ela manter a rotina de viagens pelo país sem se desconectar da família. “Não sou uma uma nômade digital, sou apegada à minha família, então eu viajo, volto, fico uma semana na casa dos meus pais, depois viajo de novo e assim vou conhecendo vários lugares legais enquanto trabalho – organizo o meu dia de acordo com as minhas demandas e as agendas do trabalho”. 

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