TiFlux, a startup que nasceu de uma tecnologia (e uma amizade) iniciada há mais de uma década

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TiFlux, a startup que nasceu de uma tecnologia (e uma amizade) iniciada há mais de uma década

Fabio, Ademir e Marcio, que se conhecem desde 2003, voltaram a se unir no ano passado para transformar a experiência na área de TI em um promissor novo negócio.

Fabio, Ademir e Marcio, que se conhecem desde 2003, voltaram a se unir no ano passado para transformar a experiência na área de TI em um promissor novo negócio. Foto: TiFlux/Divulgação

Uma tecnologia e uma relação de amizade que começaram há mais de uma década marcam o surgimento de uma promissora startup com sede em Joinville, berço industrial catarinense. A TiFlux, formada pelo trio de sócios Marcio Jacson (41 anos), Ademir Vicente Junior (31) e Fabio Miguel Mello (29), surgiu em 2017 mas, diferente da narrativa convencional de empresas de software que nascem com o desafio de criar uma solução do zero, o core business da startup é uma ferramenta que os amigos já trabalhavam desde 2005.

Marcio, com menos de 30 anos à época, era CEO da Informatech, empresa da qual Junior (que mal tinha chego à casa dos 20 anos) era sócio. Fábio, por sua vez, ainda estava na faculdade de Ciências da Computação na UDESC quando trabalhava na empresa. Naqueles tempos pré-computação em nuvem, eles estruturaram uma ferramenta para otimizar serviços de TI corporativa, especialmente nas áreas de gestão de contratos e faturamento, “tarefas que levavam quase duas semanas para serem concluídas à época”, lembra Marcio. O modelo é o de biblioteca ITIL (Information Technology Infrastructure Library), um conjunto de boas práticas em infraestrutura, operação e manutenção de serviços de tecnologia que apoiam as áreas tática e operacional das empresas.

Neste intervalo de 13 anos, quase tudo mudou – especialmente o sistema que haviam desenvolvido. Em 2009, para adaptar novas funcionalidades, o software foi totalmente refeito. Em 2013, quando Marcio estava a frente do projeto Befective, que nasceu depois da fusão com uma empresa mexicana, foram feitas novas mudanças para atender demandas de clientes que usavam a ferramenta de produtividade e gestão de tempo, como a Toyota no México e a Fiesc no Brasil. O negócio com os mexicanos foi desfeito em 2016, Marcio recomprou sua parte na Informatech e o sistema TiFlux foi novamente refeito do zero depois disso. “Fizemos isso muito rápido, pois apesar de tantas mudanças, sempre tivemos o mesmo desenvolvedor. Pegamos todo o aprendizado desses anos, validamos as dores com o mercado e criamos o sistema que hoje é a TiFlux”.

Empreendedor desde os 19 anos, Marcio começou então a se envolver mais diretamente no cenário de novas startups que começaram a surgir. Na Softville, que representa as empresas de tecnologia da região, liderou o programa Joinville Startups e replicou o modelo de capacitação do Startup SC na cidade – uma iniciativa que acontecerá novamente em 2018 e vai ajudar a desenvolver 10 startups do norte catarinense. Nesse meio tempo, começou a validar a nova ferramenta com novos mercados e fazendo gestão de atividades e relacionamento com clientes.

Em aceleração: expectativa é passar de 20 para 200 clientes ao longo do ano. / Foto: Divulgação/TiFlux

O desafio a que o software se propõe é resolver problemas comuns de técnicos e gestores de TI de empresas de qualquer porte, especialmente atendimento e feedback de chamados, acesso remoto aos clientes, análise de serviço e faturamento, acompanhamento com SLA (acordo de nível de serviço), entre outras funcionalidades. O primeiro pagante veio em setembro – em janeiro passado eram 10, que passaram para 20 em fevereiro. “Nossa meta é fecharmos 2018 com 200 clientes”, antecipa Marcio.

O espaço que ele vê no mercado para o crescimento da TiFlux se deve à “colcha de retalhos” que compõe a rotina de um profissional de TI: “é comum usar um software para acesso remoto, outro para atendimento, outro pra gestão de contratos, financeiro, inventário… são muitas ferramentas que precisam ficar instaladas, o que gera custo de licenciamento além da dificuldade na gestão do tempo”. Produtividade e gestão do tempo, aliás, era o foco do software Befective, o qual Marcio representava no período 2012-2016 e que o ajudou a aprofundar o olhar sobre a competitividade nas empresas.

“Hoje sem uma boa produtividade a empresa não dura muito tempo. Os indicadores têm que estar na mão – se o gerente não tiver gestão, fica à mercê do concorrente ou de qualquer mudança tecnológica. Em várias reuniões que fui, se não tivesse a leitura da rentabilidade daquele meu contrato eu não conseguiria justificar o que estava cobrando”, afirma. O valor dos serviços da plataforma – que oferece varia de R$ 270,00 a R$ 800,00/mês, de acordo com o número de usuários.

Embarcado neste sistema está um pouco da expertise que cada um dos sócios desenvolveu ao longo de duas décadas: Fabio, graduado em Ciências da Computação com pós em Segurança da Informação – e que desde os 10 anos desenvolvia jogos – está mais à frente da gestão de produto, marketing e vendas. Junior, com formação em Sistemas e MBA em Governança e TI, cuida da área de sucesso do cliente e consultoria. Marcio, que passou boa parte de 2017 dedicado a projetos dentro da Softville, entrou para auxiliar na estratégia de marketing e vendas. No total, são 10 pessoas na equipe.

“Sempre acompanhei a trajetória deles nos últimos anos. Na verdade, desde 2003 sempre estivemos juntos de alguma forma”, ressalta.