A tecnologia não vai substituir os seres humanos, pois as pessoas ainda estão no centro dos negócios. Mas elas necessitam de processos digitalizados para aumentar a produtividade e tornar a empresa inteira mais eficiente.
[25.08.2021]
Por Evandro Eckile, CEO da i3C Soluções
A disrupção foi a marca registrada de 2020. Em 2021, quem entendeu essa necessidade de fazer diferente está se saindo melhor que a concorrência e tendo menos impacto em seus resultados. Embora muitos líderes estejam acostumados com a mudança constante em suas empresas, a Covid-19 impactou o mundo de uma forma que ninguém poderia prever.
As organizações mais ágeis, no entanto, conseguiram pivotar e criar estratégias para se adaptar aos novos tempos, enquanto outras, mais lentas, simplesmente ficaram à espera do retorno a como era antes.
Só que não existe mais o que era antes.
Enquanto o mundo empresarial deve continuar respondendo à crise e explorando novas maneiras de impulsionar o crescimento, é necessário estar atento às oportunidades que vão levar seu negócio a se diferenciar do concorrente. Por si, a tecnologia não opera de forma independente.
Ao contrário, faz parte de uma estratégia que deve estar solidificada na organização, que é a de manter o dinamismo para se adaptar rapidamente a novos cenários. Aliada a outros pilares, a tecnologia aplicada com inteligência vai nortear indústrias e empresas em geral ao longo dos próximos cinco anos. É assim que pensamos.
Ao falar de tecnologia, no entanto, muitos a enxergam como substituta de seres humanos. É um pensamento simplista. As pessoas ainda estão no centro de todos os negócios. O que acontece é que necessitam de processos digitalizados para aumentar a produtividade e fazer com que a empresa inteira se torne mais eficiente.
A tecnologia é uma aliada em todos os níveis da organização. A transformação digital não acontece sem uma cultura organizacional que preze pelo papel dos colaboradores. Eles têm de saber que as ferramentas tecnológicas reforçam seu trabalho, como é verdade também o contrário, em um processo mútuo que dá agilidade à empresa, facilita os processos, torna mais seguro o ambiente e melhora a eficiência do negócio.
Nesse sentido, ao projetar um cenário a médio prazo, é importante ir além dos conceitos de inteligência artificial (IA) e IoT (Internet of Things). A IoB, ou Internet do Comportamento, numa tradução livre do inglês (Internet of Behavior) , vem ganhando cada vez mais relevância. Ela diz respeito à maneira como as pessoas usam a internet e como os dados de consumo gerados ajudam a nutrir o usuário com serviços que podem lhe interessar.
Se aplicarmos a IoT e a IoB à indústria, por exemplo, podemos identificar o período mais produtivo dos funcionários e lançar incentivos no momento de baixa produtividade para motivá-los, de acordo com um conjunto desejado de parâmetros operacionais. É só um exemplo, ainda incipiente, do uso da tecnologia em um ambiente corporativo. Acima de tudo, é claro, deve-se preservar a ética, a individualidade e a privacidade.