UpFlux, de Jaraguá do Sul, projeta expansão de 300% em 2022 e chegada ao mercado internacional

Eleita uma das top 10 healthtechs em 2021, a empresa do norte de SC busca parcerias para conquistar clientes do exterior, além de ter ampliado sua atuação no setor industrial e em instituições financeiras. Foto: Divulgação

[FLORIANÓPOLIS, 29.09.2022]
Por Lúcio Lambranho, especial para o SC Inova

Parte do time healthtechs que tiveram crescimento acelerado no mercado nacional, especialmente com as dificuldades impostas pela pandemia para as empresas do setor de saúde, a UpFlux, startup de Jaraguá do Sul, está planejando a conquista de clientes fora do Brasil. A empresa, que deve fechar 2022 com crescimento de 300%, alinha seu planejamento olhando para o mercado externo e na busca de novas parcerias. 

“Nos anos anteriores e para os próximos anos temos a meta de crescimento acima dos três dígitos. Estamos neste momento estendendo nosso go to market para o modelo de parcerias, olhando não apenas para o mercado brasileiro”, aponta Alex Meincheim, CEO e dos fundadores da empresa criada em 2017. 

Da jornada que começou há seis anos com uma primeira parceria com a Unimed Paraná para avaliação dos pacientes por meio de mineração de processos e inteligência artificial, a Upflux também já expandiu a atuação para indústrias e instituições financeiras. 

Segundo Meincheim, as empresas têm “uma dor imediata” e para se manterem competitivas diante de um cenário macroeconômico desfavorável, a chave é a “maximização da eficiência de processos”, tema que a empresa consegue desenvolver com seu “core tecnológico”.

“Na pandemia observamos muito o cenário de escassez na saúde, desde leitos, equipe e até recursos e medicamentos. Isso mostrou a importância de ter uma gestão inteligente para ter processos de qualidade e eficientes para o atendimento dos pacientes. Nesse cenário conseguimos mostrar valor para muitos gestores do setor, já que suportava a tomada de decisão assertiva para melhorar a performance, garantindo um atendimento adequado e mitigando desperdícios de recursos que já eram escassos”, diz. 

“Em um cenário pós-pandemia esses desafios continuam, pois o sistema de saúde nacional ainda têm muitos desafios a serem superados e a nossa solução apoia a melhoria contínua. Já visualizamos oportunidades de atuação fora do Brasil, pois muitas organizações já estão buscando tecnologias inovadoras que possuam capacidades como a nossa”, avalia o empreendedor. 

PROGRAMAS EM SC APOIARAM DESENVOLVIMENTO DA STARTUP

A UpFlux une a ciência de dados com a ciência de processos para desenvolver soluções, criou a primeira plataforma de Process Mining do Brasil e atualmente está em 14 estados do país. “Atuamos basicamente com o modelo SaaS, onde existe uma subscrição pelo cliente para uso da tecnologia, com o período contratual a ser negociado. Com o passar do tempo, aprimoramos o modelo adequado de precificação e como aliar a tecnologia com propósito claro de retorno de investimento para nossos clientes”, diz Meincheim ao citar as mudanças no modelo de negócio da startup.  

No segundo semestre de 2001, a empresa fez uma captação de investimento com dois fundos de venture capital, a Aggir Ventures e Alexia Ventures. “Nosso principal desafio neste estágio é apresentar um modelo de go to market escalável. Hoje estamos em aproximadamente 70 clientes de um mercado com potencial enorme, principalmente quando falamos em process mining, tecnologia cross que é aplicada em indústrias de vários segmentos”, acredita o CEO da startup.

A trajetória da empresa também é marcada pelo apoio que recebeu do ecossistema de inovação de Santa Catarina. Meincheim destaca dois grandes projetos que ajudaram a construir a empresa. A participação no programa Sinapse da Inovação, gerenciado desde 2018 pela Fundação Certi, quando conseguiram um investimento não reembolsável que colaborou para construção da plataforma UpFlux e como integrante do Startup SC.

“Para nós fundadores foi um divisor de águas, principalmente por proporcionar uma capacitação dos empreendedores nos mais diversos temas, desde desenvolvimento de produtos, vendas, aspectos jurídicos, financeiros, entre outros. Iniciativas como estas demonstram que políticas públicas alinhadas ao desenvolvimento de negócios contribuem para a geração de receita, de empregos e retorno para a comunidade”, acredita Meincheim.